De tua pele manchada.
E encarçerada deixo tua alma.
Lavando essas mãos vazias de ti,
Com as lágrimas desses olhos que me saltam do corpo.
Deixo perdida qualquer lembrança,
E desenho sóis de todas as cores,
Pra iluminar o jardim já perdido,
Seco,
Despido de vida que ainda cuido.
Enfeitiço o espelho,
Me faço estórias,
E faço um chá,
Sento naquela cadeira,
Fria e empoeirada.
Queimo o cigarro deveras aceso,
Esfrio o chá com esse coração perdido.
Preso em silêncios,
Preso em soluços,
Me alcanço,
Me lanço,
Me enxergo.
Um comentário:
De tanta absurda e incrível poesia viva, posto que poesia é vida, me enterneço e engravido de sensações e imagens de uma imensa epiderme de carne macia e austera. Linda e severa a vida tem nos dado o compromisso com a palavra, o poder da voz e você meu amado amigo, com o requinte e sofisticação de quem sabe e entende dos ventos se põe a ser tão magistralmente presente e ancestral. Encantado! Encantado! Encantado! Eterno e encantado!
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